Nietzsche, com sua capacidade incomum de pensar o ser humano e detectar com profundidade a gênese dos valores, introduziu no pesamento ocidental moderno novos modelos de pensar o homem e a realidade. Esconjurado por alguns, admirado por outros, perma nece como um dos pilares do pensamento moderno e controverso pensador na história da filosofia moderna. Foi capaz de influenciar filósofos posteriores, como Heidegger, Foucault e Deleuze. Seus escritos trazem uma síntese básica: a afirmação da vida c om toda sua carga dualista e suas contradições, um dizer sim a sua pujante força e intrínseca vontade de viver, o que supõe considerar os instintos noutro patamar de valoração. Essa afirmação integral somente é dada aos espíritos livres. Pois, para i sso, é preciso despojar-se das valorações prévias e partir para a experiência da vida em sua inteira e completa potência, na região onde vibram as forças criativas do viver. É pela criação que o homem supera e alcança o além-do-homem. O nazismo aprop riou-se do pensamento de Nietzsche para promover a causa anti-semita. Entretando, o que se detecta em sua obra é uma crítica a esse gênero de especulação. É ele próprio quem diz, em a Genealogia da moral: Direi no ouvido dos psicólogos, admitindo que desejem algum dia estudar de perto o ressentimento: hoje esta planta floresce do modo mais esplêndido entre os anarquistas e anti-semitas, aliás onde sempre floresceu, na sombra, como a violeta, embora com outro cheiro.

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