Não é incomum escritores se basearem em experiências pessoais para criar tramas imersas em verdade. Mas quando o autor em questão é uma mulher — e a primeira a chefiar o serviço secreto britânico —, o resultado são páginas recheadas de intriga com um delicioso quê de possibilidade. Stella Rimington mostra que os anos passados à frente do MI5, uma das agências de espionagem mais poderosas do ocidente, causariam inveja até à fértil imaginação de mestres do suspense. Afinal, não há nada tão desconcertante quanto a realidade. Rimington é a guia perfeita numa história de ação, jogo duplo e diálogos afiados: Liz Carlyle trabalha como agente da Junta Antiterrorista, formada por investigadores do MI5 e agentes de ligação do MI6, do Centro de Comunicações do Governo e da Divisão Especial da Polícia Metropolitana. Além de representantes ocasionais do Ministério do Interior e do Ministério das Relações Exteriores. Sua vida traz uma dedicação constante, quase obsessiva, à coordenação de operações relacionadas às redes terroristas. Mas quando um terrorista “invisível”, fisicamente semelhante a seu povo alvo e capaz de atravessar as fronteiras sem ser detectado, ameaça a Grã-Bretanha, ela começa uma corrida contra o tempo para tentar neutralizá-lo... E salvar milhares de vidas. Sua única pista é um pescador encontrado no banheiro de um café. Morto pela munição perfurante predileta dos agentes estrangeiros. E embora Liz desconfie da identidade do assassino, não tem ideia de quem seja o “invisível” por ele ajudado... ou qual seu alvo. Em risco é um livro eletrizante. A prova que, ao contrário da opinião geral, os romances de espionagem não se esgotaram com o fim da Guerra Fria. O gênero se tornou uma válvula de escape para um mundo assustado com ataques terroristas. Um exemplar perfeito para quem aprecia argumentos envolventes, investigação e muita rivalidade política.

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